O debate sobre a substituição de humanos por robôs no trabalho está deixando muita gente preocupada, especialmente os profissionais das mais diversas áreas. Agora até mesmo o jornalismo está ameaçado pela tecnologia avançada. Mas será que essas máquinas são capazes de se sair bem em frente às câmeras?

Na China, uma âncora de telejornal criada com utilização de Inteligência Artificial está causando alvoroço. A tal Ren Xiaorong reúne as características de mil apresentadores para formar suas habilidades e promete ficar no ar 24 horas por dia, nos 365 dias do ano. Mas não se engane: ela funciona exclusivamente a partir de roteiros pré-estabelecidos.

Com traços muito realistas, o avatar se parece com uma repórter humana. Mas apesar das semelhanças físicas e trejeitos, ela é incapaz de substituir um ser humano de verdade. "Qualquer pessoa ou máquina consegue ler um teleprompter ou um roteiro. O diferencial está na criatividade, na ousadia e na habilidade de checar fatos, algo que as pessoas têm e os robôs, não", explica o professor de telejornalismo da USP, Luis Santoro.

Até agora, a Ren Xiaorong só está sendo usada para divulgar as notícias oficiais do Partido Comunista Chinês. Se essa moda pegar, pode ser que o telejornalismo acabe virando uma novela robótica.

Mas calma lá, porque para isso acontecer, seria necessário reprogramar a máquina com uma frequência que exigiria um orçamento de bilhões e um trabalho incansável dos programadores. Ou seja, os profissionais humanos ainda têm um lugarzinho no coração (e no emprego) da galera!