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Brasil Enfrenta Crescente Crise de Queimadas

Publicado em 14/10/2024

Brasil Enfrenta Crescente Crise de Queimadas

O Brasil vive uma crise de queimadas alarmante, com 22,38 milhões de hectares devastados entre janeiro e setembro de 2024, segundo o relatório Monitor do Fogo, divulgado pelo MapBiomas nesta sexta-feira (11). Somente em setembro, o país registrou 10,65 milhões de hectares queimados, representando quase 50% da área total atingida nos oito meses anteriores.

Essa área queimada equivale ao tamanho do estado de Roraima e é 150% maior em comparação com o mesmo período do ano passado, quando 8,98 milhões de hectares foram afetados. A vegetação nativa foi a mais impactada, representando 73% do total, principalmente em formações florestais, enquanto áreas agropecuárias foram responsáveis por 20,5%.

Os estados de Mato Grosso, Pará e Tocantins concentraram mais da metade das queimadas, com 5,5 milhões, 4,6 milhões e 2,6 milhões de hectares destruídos, respectivamente. O município de São Félix do Xingu, no Pará, foi o mais atingido, seguido por Corumbá, em Mato Grosso do Sul.

Dentre os biomas, a Amazônia foi o mais afetado, com 11,3 milhões de hectares queimados, o que corresponde a 51% do total. Ane Alencar, diretora de ciências do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia, atribui a intensificação dos incêndios a uma seca severa, resultado das mudanças climáticas. Em setembro, a região amazônica teve 5,5 milhões de hectares queimados, com 2,8 milhões de hectares pertencentes a formações florestais.

O Cerrado também sofreu, com 8,4 milhões de hectares queimados nos primeiros nove meses, sendo 4,3 milhões apenas em setembro, o maior número para esse mês nos últimos cinco anos.

No Pantanal, a situação é igualmente grave, com um aumento de 2.306% nas queimadas em comparação com a média dos últimos cinco anos, totalizando 1,5 milhão de hectares afetados, dos quais 318 mil hectares foram queimados em setembro.

Enquanto a Mata Atlântica queimou 896 mil hectares, a Caatinga e os Pampas apresentaram diminuição nas áreas atingidas, com 151 mil e 3,1 mil hectares, respectivamente. Essa situação crítica requer atenção e ações imediatas para mitigar os impactos e proteger a biodiversidade do país.