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Bastidores dos Trapalhões: documentos revelam como funcionava a divisão de lucros nos filmes do grupo
Publicado em 25/04/2025

O sucesso dos Trapalhões marcou gerações desde os anos 1970, mas por trás do humor e da parceria em cena, existiam divergências nos bastidores — especialmente quando o assunto era dinheiro. Documentos obtidos pelo portal LeoDias revelam como era feita a divisão de lucros entre Renato Aragão (Didi), Dedé Santana, Mussum e Zacarias nas produções cinematográficas do grupo.
Segundo fontes próximas aos artistas e familiares ouvidos pela reportagem, Renato Aragão era quem ficava com a maior fatia dos rendimentos. Isso porque ele era proprietário da Renato Aragão Produções, responsável por assinar os filmes do quarteto. Em todos os contratos analisados, referentes ao período de 1981 a 1984, Didi nunca ficou com menos de 70% dos lucros.
A justificativa para esse desequilíbrio seria o fato de Aragão assumir todos os riscos das produções, incluindo os investimentos e trâmites legais. Assim, caso o filme não desse retorno, ele arcaria sozinho com os prejuízos.
Em “Os Vagabundos Trapalhões”, por exemplo, Renato ficou com 82% da receita, enquanto os outros três integrantes dividiram os 18% restantes, com 6% para cada um. Já em “Cinderello Trapalhão”, a cota foi de 75% para Didi e 25% para a Demuza, empresa formada por Dedé, Mussum e Zacarias.
No caso de “Os Saltimbancos Trapalhões”, a divisão inicial seria também de 75% para Aragão e 25% para os demais. No entanto, como a Demuza solicitou um adiantamento, o valor final recebido por ela foi menor, resultando em 88% para Renato e apenas 12% para o restante do grupo.
Esses contratos antecedem uma grande crise ocorrida em 1983, quando os três colegas exigiram mudanças, incluindo acordos firmados individualmente, sem o intermédio da Demuza. Com isso, no filme “Os Trapalhões no Reino da Fantasia” (1985), Renato ainda detinha a maior parte dos lucros — 79% — enquanto cada um dos demais integrantes ficou com 7%.
Além disso, uma das fontes consultadas afirmou que, mesmo fora dos contratos analisados, outras porcentagens eram repassadas, como 5% ao diretor da produção. Na televisão, o modelo era diferente: todos recebiam cachês pagos pela Rede Globo, de forma mais equilibrada.
Essas informações ajudam a entender os atritos e desentendimentos que marcaram a trajetória do grupo fora dos holofotes, mesmo com toda a química e sucesso que mantiveram diante das câmeras.
Fonte: Leo Dias