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Olfato extraordinário: enfermeira sente cheiro do Parkinson e ajuda a ciência

Publicado em 11/04/2025

Olfato extraordinário: enfermeira sente cheiro do Parkinson e ajuda a ciência

Aos 75 anos, a enfermeira aposentada Joy Milne, da Escócia, tem uma habilidade raríssima: um olfato ultrassensível capaz de identificar doenças pelo cheiro. Ela é conhecida por conseguir detectar o Parkinson apenas pelo olfato — talento que já vem sendo utilizado pela ciência para criar testes de diagnóstico precoce da doença.

Joy notou algo diferente ainda jovem, quando seu marido Les começou a exalar um cheiro incomum. Ele tinha apenas 28 anos na época. O que ela não sabia é que aquele odor estava relacionado ao Parkinson — diagnóstico que só viria 17 anos depois.

Hoje viúva, Joy trabalha ao lado da pesquisadora Perdita Barran, da Universidade de Manchester. Juntas, elas estudam os compostos químicos liberados pela pele de pessoas com Parkinson. A pesquisa, financiada pela Fundação Michael J. Fox, já mostrou que pacientes podem liberar uma secreção oleosa com cheiro específico, ainda antes dos sintomas clássicos da doença.

Em 2013, Joy foi testada com camisetas usadas por pacientes e acertou quase todas, inclusive prevendo o diagnóstico de uma pessoa que, anos depois, confirmou ter Parkinson.

Ela conta que também reconhece cheiros de outras doenças, como diabetes e tuberculose. "Eu sabia se o diabetes de alguém estava piorando ou se havia complicações no pós-operatório", disse ao jornal britânico The Telegraph. Já o cheiro do Parkinson, segundo ela, é mais forte e levemente adocicado.

O objetivo agora é desenvolver testes simples, que possam usar, por exemplo, um cotonete na pele para identificar precocemente os sinais da doença, o que pode representar um avanço gigantesco no tratamento e na qualidade de vida dos pacientes.